Residências foram atingidas por incêndio na área do Incra na Fazenda Colômbia
Um incêndio de grandes proporções atingiu, na manhã desta terça-feira (16), a Fazenda Colômbia, área vinculada ao Incra, onde estão instaladas famílias do assentamento Luiz Gustavo Henrique. As chamas se espalharam rapidamente pela vegetação seca e chegaram a cerca de 200 metros de algumas residências.
A área, de 1.900 hectares, teve edital de seleção divulgado no ano passado e segue em processo de definição das famílias. Segundo levantamento de moradores, cerca de 169 famílias vivem atualmente no local.
O fogo começou pela manhã e foi controlado no início da tarde. A fumaça intensa reduziu a visibilidade e interrompeu o tráfego da rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), no trecho entre Colômbia e Barretos. O trânsito foi controlado por uma equipe do DER. Foram identificados vários focos em pontos distintos da fazenda, levantando a suspeita de incêndio criminoso.
A Polícia Militar Ambiental registrou a ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Colômbia, e a Polícia Técnico-Científica foi acionada para realizar a perícia. O fogo atingiu uma casa e um chiqueiro no núcleo Antônio Conselheiro e também afetou parcialmente uma residência no núcleo 17 de abril, próximo à sede da fazenda.
Equipes do Almoxarifado Municipal, da Brigada Municipal de Incêndio e da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil atuaram no combate às chamas com caminhões e caminhões-pipa. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para vistoriar a área.
A Defesa Civil de Colômbia comunicou a Defesa Civil do Estado de São Paulo sobre o incêndio. O órgão estadual já vinha emitindo alertas para os riscos de queimadas em razão das altas temperaturas e da baixa umidade do ar que atingem a região. No fim de semana, outro incêndio já havia atingido a mesma fazenda, também resultando na interdição da rodovia.
Alguns moradores deixaram suas casas por precaução, entre eles crianças e idosos. Uma das residências afetadas foi a de Sebastiana Aparecida da Silva Chagas, de 67 anos, no núcleo 17 de abril. Sebastiana vive no assentamento há cerca de 14 anos. O calor do fogo derreteu a lona da casa, além de atingir a plantação de mandioca e outras culturas que ela mantém com o esposo, Luiz Antônio, de 66 anos.
Sebastiana relatou que precisou ser retirada do local por uma equipe da Brigada Municipal de Incêndio, enquanto tentava salvar criações como cachorro e galinhas. Ela afirmou que viveu momentos de tensão ao deixar a casa, parcialmente destruída, e agora tenta reconstrui-la com materiais doados.
Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil de Colômbia, a vegetação seca e sem uso amplia os riscos de incêndio e ameaça as famílias que aguardam definição do processo do Incra. De acordo com a coordenadora, esse tipo de ocorrência é frequente e volta a se repetir todos os anos.
“O que chama a atenção é que os focos se iniciam praticamente ao mesmo tempo em diferentes pontos da fazenda, o que nos leva a crer que sejam provocados por ação humana. O vento contribui para a propagação das chamas, colocando em risco os moradores”, afirmou.
Não houve vítimas.
Durante os trabalhos de combate ao incêndio, um agente da Defesa Civil que atuava junto à Brigada Municipal foi agredido. Segundo informações da Polícia Militar de Colômbia, um homem de 37 anos foi detido acusado de agredir o servidor público após reclamar da quantidade de caminhões-pipa utilizados no combate ao fogo. Ele atingiu o funcionário com enxadadas, causando escoriações no cotovelo e na perna direita, além de ameaçá-lo de morte caso sua casa fosse atingida pelas chamas.
Apesar da ocorrência ter sido conduzida pela Polícia Militar, o Termo Circunstanciado (TC) foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Colômbia.

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